sexta-feira, abril 21, 2006

Música cinema pássaros Com a Primavera já a caminho

"A cada sopro do vento
muda de lugar
a borboleta no salgueiro"
Bashô
não tem pio



Este vai ser o fim-de-semana da festa da música no CCB, mais o cinema do Indie Lisboa. Muita música barroca e muito cinema independente para demorar e aproveitar enquanto não chega a Primavera.

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domingo, abril 16, 2006

O amor é a única força que pode mudar o mundo

Estive a ler a via-sacra no site do Vaticano e existem alguns temas levantados pelos acontecimentos da via-sacra que me provocaram perplexidade, não a via-sacra como surge na bíblia, mas o que a Igreja faz com esse acontecimento.

Vejam por exemplo A Quarta Estação: Jesus encontra a sua mãe.

ir para o site do vaticano: via sacra 2006

Causa revolta a meditação e depois a oração que se retira do episódio, reduziram tudo ao papel e importância da mulher/mãe. Esta quarta estação é tão má que nem vale a pena comentar.

Já a terceira deixo aqui a minha meditação sobre as ideias que os senhores da igreja têm sobre o ser humano:

Na terceira estação Jesus cai pela primeira vez.

E dão-nos algumas palavras para pensarmos no pecado.
O mal é mau e deve ser extirpado, arrancado de nós. Retiro então a conclusão que a igreja na sua acção contínua de transformação do mundo vai utilizar um semi-humano, isto é um humano sem mal, só com virtudes. E como esse humano não existe, a construção do mundo é edificada com um ser humano em constante luta interior entre o bem e o mal.
Fico triste, porque a igreja continua a utilizar os mesmos velhos caminhos para chegar ao amor.

Eu acredito que os seres humanos completos encerram em si o bem e o mal, são céu e terra. A imagem de Jesus ao abraçar e ao arrastar consigo a cruz até à morte, propõem-nos a integração dos nossos pecados. Como seres humanos só seremos completos quando abraçarmos os nossos pecados, o perdão nasce do amor do mal em nós.

Na oração desta terceira estação surge-nos:

ORAÇÃO
Senhor,
perdemos o sentido do pecado!
Hoje vai-se difundindo, com insidiosa propaganda,
uma insensata apologia do mal,
um absurdo culto de Satanás,
um louco desejo de transgressão,
uma liberdade enganadora e inconsistente
que exalta o capricho, o vício e o egoísmo
apresentando-os como conquistas de civilização.
Senhor Jesus,
abre-nos os olhos:
faz que vejamos a lama
e a reconheçamos por aquilo que é,
para que uma lágrima de arrependimento
reconstrua em nós a limpeza
e o espaço duma verdadeira liberdade.
Abre-nos os olhos,
Senhor Jesus!


Os senhores da igreja continuam a olhar para o ser humano partido ao meio. Nós somos desejo de transgressão, nós somos egoísmo vício e pecado, só que não somos apenas isso.
Também somos amor, compaixão, caridade, humildade e virtude.

Temos de nos arrepender de ser humanos?
Limpeza? Reconstrua em nós a limpeza?

Para quando a proposta de tal como Jesus abraçarmos, aceitarmos, amarmos os nossos pecados? Para quando a proposta de nos ajudarmos, como a Virgem Maria ajudou Jesus, a levantar e a carregar a cruz?

Na décima primeira estação, Jesus é pregado na cruz. A meditação sobre esta estação da via-sacra fala do alicerce do cristianismo: amor, um amor impossível porque divino.

MEDITAÇÃO
Aquelas mãos que abençoaram a todos
estão agora pregadas na cruz,
aqueles pés que tanto caminharam
para semear esperança e amor
estão agora presos ao patíbulo.

Porquê, Senhor?
Por amor!
Porquê a paixão?
Por amor!
Porquê a cruz?
Por amor!

Porque é, Senhor, que não desceste da cruz
respondendo às nossas provocações?
Não desci da cruz
porque, caso contrário, teria consagrado a força
como senhora do mundo, quando é o amor a única força
que pode mudar o mundo.


Porquê, Senhor, este preço tão oneroso?
Para vos dizer que Deus é Amor,
Amor infinito, Amor omnipotente.
Credes-Me?

Esta é para mim a grande revolução, acreditar num amor infinito, omnipotente, divino vivo em nós.

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