sábado, novembro 19, 2005

Casting Presidencial



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segunda-feira, novembro 07, 2005

To be or not to be

Antero de Quental nas conferências do casino definia democracia desta forma:

“É a igualdade social e económica tendo por instrumento a liberdade política. É a partilha justa entre todos os membros da sociedade, dos bens materiais, como garantia duma igual distribuição dos bens morais entre todos. É a ponderação das forças sociais, feita pela lei e pelo pacto livre, em vez de ser feita pelo acaso cego, pela luta fratricida, pelo equilíbrio, a cada momento instável, da concorrência. É o trabalho considerado, definitivamente e realmente, a única base do Estado. É o povo chamado ao banquete olímpico da instrução, da prosperidade e da moralidade.”

Foi com grande espanto que li estas palavras. Porque Antero é espantoso. Sempre vivi em democracia e nunca duvidei que esta democracia é um embuste. Mais uma afirmação, desta feita por Antero, que a corrobora. Portugal não é uma democracia, pode ser na constituição, mas de facto nunca vi uma “partilha justa entre todos os membros da sociedade”. Bom, eu sempre disse que era anti-democrata, mas com esta definição de democracia, estou rendida … e digo que não me embrulham, Portugal não é uma pátria democrática.

Esta semana ouvi uma conversa do Manuel Alegre que dizia: “Candidato-me a Presidente da República por decisão pessoal, no espírito, aliás, da Constituição. Sem apoios de aparelhos partidários. Livremente.”

”Mas a democracia e a cidadania não podem ser confiscadas pelos directórios dos partidos políticos. As pessoas têm o direito de participar.”

Fiquei feliz, gostei de ouvir isto. … Alguém que está dentro do aparelho, e diz mal dos aparelhos partidários é muito bom para o sistema político. Demonstra muita coragem política, ou oportunismo, ou um grande sentido patriótico.

Como faço parte dos ingénuos que confiam nos grandes ideais humanos, estou muito inclinada a acreditar que Manuel Alegre diz mal do sistema por imperativo ético de ser verdadeiro.

E isto é muito bom, a discussão de outras formas de representação, outras formas que impliquem uma maior participação na vida politica, na construção de uma sociedade mais justa. Discussão que anime a esperança das pessoas, que as ajude a acreditar, demonstrando que as suas ideias contam, que pela sua acção diária e no seu crescente envolvimento cívico é possível uma sociedade mais justa.

O Pensamento comum nas pessoas que vou conhecendo é que não vale a pena trocar a sistema político por outro, porque sempre existirão diferenças sociais.

O que é mais revoltante nem são as diferenças é a forma alienada como as pessoas engordam; a falta de ensejo em eleger uma outra vida. Esta é uma sociedade que não cria espaço para escolher. Um sistema político que limita a liberdade individual que a subordina a esse poder em nome do colectivo, e ainda por cima não acolhe e retribui essa generosidade.
É um sistema político com defeito e que não se pode trocar, nem deitar no lixo.

Porque é que temos de viver subordinados a um poder político injusto que vive dependente do poder económico?

Poder económico que está fundamentado na convicção mentirosa que sem dinheiro o ser humano não existe. Em nome desta existência humana podemos fazer tudo: mentir, roubar, destruir matar… desde que ninguém saiba, claro.

Sim meus senhores:
– É um caso de sobrevivência.
É essencial comprar, ter objectos porque é essa realidade que revela quem somos.

Bom e cá vou continuando no meu raciocínio, se não compramos, logo não somos, ou será que somos mas apenas não revelamos? Se assim for como não revelamos, os outros não sabem quem somos… isto tudo porque não compramos… E no entanto somos, somos Portugueses, somos uma pátria, uma língua, uma cultura um território… somos e existimos juntos há quase nove séculos, e somos Mátria de outras culturas.

Ser português não me torna menos outra coisa, não me reduz, porque não tomo a parte pela todo, ser português localiza-me, insere-me no todo.

Moral da história: Como sou portuguesa, posso ir comprar sossegada o novo jogo para a PlayStation, porque não é o que compramos que nos define.



HE HE HE HE!!!!

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