segunda-feira, março 17, 2008

A liberdade


Esta imagem desde a minha infância que me acompanha. O livro de onde foi retirada é do tempo em que eu ainda não sabia ler. Mas também não é preciso saber ler, a imagem por si é esclarecedora. Lembro-me, que era uma imagem perturbadora.

Como seria possível conseguir estar dentro de um frasco de vidro? Com o tempo fui compreendendo que existem muitas formas de nos enfiarem nestes contentores. Por vezes nem sequer damos conta da manipulação. Só dando conta, quando já não existe ar.

Quanto tempo mais vai durar esta ilusão que é possível aprisionar os outros, nós, o mundo como se fossem entidades que podem ser colocadas em frascos? Separados uns dos outros, em compartimentos, sem a possibilidade de crescerem.

“O homem só pôde torna-se livre quando, através do seu trabalho, acrescentou a esse eu um outro eu capaz de vaguear e que estivesse sempre na situação em que pudesse oscilar continuamente entre o lado do bem e o lado do mal, e que pudesse aspirar sempre a alcançar o conteúdo de toda a evolução.” Rudolf Steiner

Queremos guardar tudo, coleccionar tudo, prender o momento, o afecto, o poder, o tempo. E no entanto é no oscilar do pêndulo, no movimento, ou se quiserem, no equilíbrio entre o bem e o mal que podemos aspirar a ser livres.

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